sábado, 18 de dezembro de 2010

meus trabalhos em flash

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carta testamento

foto de Getúlio Vargas
Carta Testamento de Getúlio Vargas
gentileza de Luiz Felipe Menezes Silva
Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.
(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas) 

cultura

Os primeiros imigrantes

Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de povoadores. Vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as Missões. Mas as dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar na área onde hoje está Porto Alegre, a capital do Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, não encontraram, em um território em que cada estância funcionava como uma célula independente, mercado para seus produtos, e terminaram por se integrar à economia voltada para a pecuária.

Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o caráter rural da vida do atual Estado. Foi criada a primeira charqueada comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal produto de exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.

Essa situação começou a ser modificada no início do século XIX. A estrutura econômica do Brasil de então se baseava na exportação dos produtos agrícolas plantados em grandes propriedades por trabalhadores escravos. O Rio Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e também para os moradores pobres das grandes cidades. Mas, a partir da década de vinte do século passado, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação profissional, e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa que o governo queria trazer pequenos produtores - para fornecer alimentos para as cidades - e artesãos.

A idéia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos, que temiam que os trabalhadores livres "fossem um mau exemplo", demonstrando que o trabalho pago produzia mais e melhor que o escravo. Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes senhores de escravos conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados às suas regiões. Por isto, o governo terminou por levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava situado à margem do grande eixo econômico, no centro do país.

Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual Estado.

Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.

As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Super Heróis

"Homer simpson"

Dez frases de Homer Simpson, o pensador do século 21!
-> 10. Operador! Me dê o número do 911!

-> 9. Eu não sou normalmente alguém que ora, mas se você estiver aí em cima, por favor me salve Superman.

-> 8. Filho, quando você participa de eventos esportivos, não importa vencer ou perder: ÿ de quão bêbado você fica.

-> 7. [Encontrando Aliens] Por favor, não me comam! Eu tenho mulher e filhos. Comam eles!

-> 6. Lisa, vampiros são faz-de-conta, como elfos, gremlins e eskimós.

-> 5. Se algo está dando errado, culpe o cara que não fala inglês.

-> 4. Quando eu vejo os sorrisos nas faces das crianças, eu sei que elas estão aprontando alguma coisa.

-> 3. Eu não sou um cara mau! Eu trabalho duro e amo meus filhos.Então porquê eu deveria desperdiçar meio domingo ouvindo sobre como eu vou para o inferno?

-> 2. Pai você fez um monte de coisas maravilhosas, mas você é um cara muito velho, e gente muito velha é inútil.

-> 1. Bart, com $10.000 nós seremos milionários! Nós poderíamos comprar todo tipo de coisas úteis como…Amor!


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VIDA DE MILICO

Vida de Caserna


Algacyr Costa


gentileza de Rogerio Antonio Teixeira






Foi lá por sessenta e três


Lembrarei pra sempre irmão,


Eu "bem louco pra servir"


Ser pracinha da nação


Aí seria mais homem


No pensamento de então.






Lá no "primeiro do vinte"


Cheguei de manhã bem cedo


Era em casa Passo Fundo


Hoje conto sem segredo


Fui chegando pro portão


Num alvoroço sem medo


Lá dentro se era escolhido


Quase que a ponta de dedo






Lindo toque da alvorada


O clarim me despertava


Depois de arrumar a camita


Para o rancho nós rumava.


Entrava em forma e na fila


Porque a ordem decretava


Cada um com seu copito


O desjejum preparava.






Nós chegamos de "a paisano"


Fica uns dias desse jeito


"Levamo" a primeira "tosa"


Todo mundo satisfeito


Fiquei com a "pinha" alumiando


Num cadete bem mal feito


Pois cabeça de milico


No quartel não impõe respeito.






Foi como um grande rodeio


Veio logo a apartação


Fui o "cento e trinta e três"


Do terceiro pelotão


E vieram me perguntando


Qual ofício ou profissão,


Burocrata ou diplomado


Ia logo pra seção.






Logo "aprendemo" a entrar em forma


Para a primeira instrução


De sentido e descansar


A segurar o mosquetão


A marchar enfileirado


Pelo pátio do esquadrão


Aquilo mais alinhado


Do que teta de leitão






Bem logo veio a faxina


Que nos mandou o capitão


Pra tirar grama das pedras


Com ferros de rasquiação


Uns "pintava" outros "lavava"


E todos tinham função


Na hora que tocou o rancho


Alegrou meu coração.






Vai uns "mês" pra "passar a pronto"


Sempre à baixo de instrução:


Desmonta metralhadora


Mexe em sabre e mosquetão


Tira serviço na guarda


-Cavalariça ou plantão


Nunca se dorme na hora


Nem fica sem munição






O índio que vem de fora


No quartel sempre se acerta


Sabe andar bem de a cavalo


De madrugada desperta


Tira serviço pros outros


Quando nos cobres se aperta


E se vai pra algum bochincho


Ninguém faz a descoberta






Já o rapaz da cidade


Dizem de papai é filho


É macio no caminhar


No olhar tem outro brilho


Sofre muito na instrução


Na marcha até perde o trilho


Anda pulando na cela


Pede socorro o lombilho






Boa vida tem compadre


No quartel o cassineiro


Não come o resto que sobra


Porque já comeu primeiro


Fica boleado de gordo


Que nem cusco de açougueiro


E coitado do milico


Que encrencar com o rancheiro






Tem cristão que acha bom


Lá é tudo padronizado


Desde o soldo até o arreio


Toda a roupa do soldado


Não tem rico não tem pobre


Fica tudo misturado


E o que é guapo vive bem


Encontra-se respeitado






Pra ser bom de ser soldado


É nunca se envaretar


Ser malandro e debochado


É melhor do que embrabar


"Levar tudo na esportiva"


É o jeito de driblar


Pois perde quem sai ganhando


Na hora que a parte entrar






É bom saber que lá dentro


O tratamento é sortido


Tem os bons, os mais ou menos


Os brabos, os provalecidos


Que se aproveitam do cargo


Para ser obedecido


Se o quera for retovado


Fica preso ou é detido.






Recordo o meu comandante


Dos sermões que ele pregava


Conselhos que não esqueço


Que todo mundo escutava


Falava as "vez" uma hora


E a gente só respirava


E qum não tinha preparo


No solaço desmaiava.






No esporte fui campeão


Pela seção de comando


Com o Osvaldo e o Dalpiva


O julio no meio armando


O pelé jogava sério


E o padeiro "mutreteando"


E eu petiço de arqueiro


A goleira ia fechando






Ganha bem pouco o milico


O soldo sai descontado


Paga o pito a roupa a folga


Vai pra algum baile enfeitado


Se encostar nalgum carinho


De a muito necessitado


Quando vem no outro dia


Os "pila" encurtou um bocado






Todo dia tem revista


E de tarde boletim


Todo mundo interessado


Escuta tim por tim tim


Pra ver se cai de serviço


Se escapar que bom pra mim


Quarta parte dá cadeia


Expulsão ou coisa assim






Foi em abril a prontidão


De uma "canha" precisava


E prenderam no portão


O goularte que levava


Três dias dobrei serviço


No alojamento cantava


Lembrando da namorada


Que lá fora me esperava






Fui soldado caprichoso


A mãe a farda engomava


Meus coturnos engraxados


A calça verde frisada


No bater uma continência


Até o boné se orgulhava


De ver um praça garboso


Que civismo transbordava!






Mas chegou o dito dia


Do tal de "pronto passar"


Todo o esquadrão em forma


Em frente dele marchar


No juramento sagrado


Uma vida pra lembrar


Ela hasteada soberana


Minha bandeira jurar






Ontem, hoje, juro sempre


Quando te ver tremular


Ou ao escutar nosso hino


A emoção me encilhar


Uma lágrima crioula


Em minha face rolar


É o patriotismo farrapo


Que está no sangue a pulsar.






Ponho minha mão no peito


Em cima do coração


Vejo no verde pampeano


Os campos do meu rincão


No amarelo, vejo ouro


No azul o céu deste chão


No branco paz e progresso


Simbolismo da nação.

















coisas do sul.

Reza Chucra


Alcy Cheuiche


gentileza de Marcio Leão da Silva


extraído do livro Versos do Extremo Sul






Perdoe Virgem Maria


Por lhe tomar atenção,


Envolvendo um coração


Tão puro e tão adorado,


Nesta miséria qu'eu trago,


Que arrasto, é melhor que diga,


Por esta terra inimiga,


Onde nunca fui amado.






A Senhora bem se lembra


Que nem sempre foi assim...






Embora não fosse em mim


Que a fortuna tinha ninho,


Eu bem que tive carinho


E uma mulher cuidadosa


Que me deixava de jeito,


Um lenço branco no peito,


A bombacha bem limpinha,


Quando para a igreja eu vinha,


No tempo qu'eu fui feliz.






Agora olhe pra mim.


Veja esta roupa rasgada


Qu'eu carrego com vergonha.


Parece que a gente sonha,


Quando vê que não é nada


Prá dominar o seu vício


Quando eu morava no pago


As vezes tomava um trago


No mais prá molhá a garganta


E agora querida Santa,


Até virei cachaceiro,


Depois que bebo o primeiro


Não há nada que me pare.


E depois até que eu sare


Vem me subindo a cabeça


Toda essa vida passada


E o rosto da minha amada


Enxergo assim como em sonho...






Ó minha Nossa Senhora,


Escute ao menos agora


Um pedido que le faço.






Sei que a morte já me ronda


Pela porteira do rancho...


Até já vejo os caranchos


Rodeando em volta de mim.






Reconheço o meu pecado,


E quando tiver chegado


Lá na fronteira do céu


Vão me apontar outro rumo:


- Ovelha com mancha preta


Bota a marca na paleta


Que só serve prá o consumo. -






Prá mim não há mais remédio,


Não é prá mim o pedido.


Sou índio chucro vencido


Pelo vício aqui do povo.






Eu peço é pelo meu filho,


Que abandonei lá no pago


Quando a sina de índio vago


Me arrebatou da querência.






Proteja a sua inocência...


Não deixe que o coitadinho


Siga este duro caminho


Que está seguindo seu pai.






Que fique por toda a vida


Grudado naquele chão,


Que resista a tentação


Com toda a força de machd,

Que não morra como guacho

Quando pará o coração.














..